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O corpo da Nova República: funerais presidenciais, representação histórica e imaginário político
Interrogando-se acerca dos funerais de presidentes brasileiros, das narrativas produzidas sobre esse tipo de evento e sobre a própria forma como também constrói uma representação do passado, O corpo da Nova República valoriza o estudo dos modos de ritualização do poder e permite refletir sobre o lugar da teoria dentro da produção historiográfica, explorando as complexas relações entre rituais, representação histórica e imaginário político. O texto que deu origem ao livro obteve o Prêmio Anpuh-Rio de Pesquisa Eulália Maria Lahmeyer Lobo.
Sumário
Introdução
Parte I - Os funerais como liturgias cívicas
Capítulo 1 Funerais nacionais e imaginário político
A formação do imaginário nacional: diferentes perspectivas
As formas de lidar com o tempo das liturgias cívicas
Estudos de funerais cívicos da Primeira República
Os antropólogos e a morfologia dos rituais
Capítulo 2 Uma perspectiva interpretativa dos funerais presidenciais
Funerais, representações do poder e cultura política republicana
Sobre a “descrição densa” dos funerais de Tancredo Neves
Parte II - Os atos de uma tragédia: entre a heroicidade e a santificação
Capítulo 1 A “construção” do homem público
1o ato: a antiga “raposa do PSD”
2o ato: o homem das diretas e a campanha eleitoral
3o ato: continuando a luta de Getúlio Vargas e outros heróis nacionais
Capítulo 2 O estadista e o homem comum do interior de Minas Gerais
4o ato: intimidades de um presidente civil e reconfiguração dos símbolos do poder
Capítulo 3 O herói se torna santo e familiar
5o ato: o período da doença: familiaridade e santificação
6o ato: a morte: a família do herói se estende à nação
Parte III - Ritualizações do poder e imaginário nacional: os funerais de presidentes
Capítulo 1 Os funerais de presidentes do pós-1930
Os cortejos fúnebres de Getúlio Vargas e a intimidade com o poder
Os funerais de Juscelino e João Goulart: emotividade e tentativas de silenciamento
De faustosos funerais ao desejo de ser esquecido: as exéquias de presidentes militares
Apoteose militar e público restrito: os funerais de Castelo Branco e Costa e Silva
Símbolos do esquecimento e indiferença: os funerais de Médici, Geisel e Figueiredo
Capítulo 2 O corpo da Nova República: os funerais de Tancredo Neves
Os funerais de São Paulo e Brasília
Os funerais de Minas Gerais: Belo Horizonte e São João del-Rei
Uma interpretação histórica dos funerais de Tancredo Neves
Parte IV - O povo no lugar do corpo do morto: narrativas sobre a nacionalidade
Capítulo 1 Um programa sintetizador: O martírio do Dr. Tancredo
O programa sobre a morte do presidente
À semelhança do líder: as provas de fé de um povo ordeiro e cristão
Narrativa mítica e reconciliação nacional
Capítulo 2 A tragédia na poesia heroica: Tancredo e a nação na literatura de cordel
Os folhetos dentro da produção cordelista
Tiradentes, Getúlio, Juscelino: outros heróis comparáveis a Tancredo
A morte do herói e o sentido trágico da história do país
Capítulo 3 O elogio do povo brasileiro: a narrativa histórica como poética do luto
O livro Redescobrindo o Brasil: a festa na política
O programa televisivo, a poética do cordel e a narrativa histórica: possíveis aproximações
Considerações finais
Agradecimentos
Referências